segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Minha saúde mental também é social e política



Gravar o último podcast não foi fácil! 

Na sexta feira passada, dia 15.01 gravamos mais um episódio do podcast do projeto Revelando-Ser. Ele foi publicado no dia 21.02.21 (LINK)

Para quem não conhece, o objetivo desse projeto é desconstruir o muro do silêncio que existe em volta das pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência.

Inspirados pela campanha do Janeiro Branco, nos planejamos para falar de aspectos que dizem respeito ao abuso sexual e que influenciam diretamente na saúde mental das pessoas que passam por essa situação.

Porém, naquela sexta eu acordo vendo as várias notícias da situação que estava acontecendo em Manaus. Saber que pessoas estavam morrendo por falta de oxigênio depois de tanto tempo de pandemia, foi muito difícil. Um sentimento ruim gritou dentro de mim. Na verdade, o que ficou pesando em mim não foi somente esse evento, mas sim, tudo que vem acontecendo nos últimos anos no nosso país e que vem se intensificado ainda mais durante o desgoverno atual e a pandemia. Eu comentei com algumas pessoas próximas que a pior e mais destrutiva variação do coronavírus era o COVID-17 (fazendo alusão ao antigo partido do atual presidente. É um desgoverno tão grande que nem partido ele tem. É tão bizarro que fica até difícil fazer a piada).

Foi difícil para mim pensar em falar sobre as questões referentes ao abuso sexual diante de tanto absurdo que tem acontecido atualmente na nossa sociedade, no nosso país, na nossa política.

Lembrei de um vídeo da Rita Von Hunty sobre o setembro amarelo (LINK), onde ela inicia o vídeo dizendo porque ela estava triste e todos os motivos tinham de pano de fundo nossa crise política, social, ambiental, financeira, etc. Ao ser recomendada cuidar da saúde mental dela, ela manda a pessoa ir à merda...rs. Ela fala posteriormente, entre outras coisas, o quanto as discussões acerca da saúde mental fazem parte de um ethos neoliberal que tende a colocar todo o peso do sofrimento que as pessoas sentem como uma responsabilidade do indivíduo sem problematizar o contexto social no qual este mesmo indivíduo está inserido.

A psicologia parece ainda ter que fazer um esforço grande para se libertar desse ranço individualista, que parece falar das pessoas de um ponto de vista particularizado, como se as pessoas fossem encapsuladas numa bolha fechada e que não estivessem construindo suas subjetividades a partir de uma inserção e vivência dentro de contexto histórico, grupal, social e político. Parece que ainda estamos muito querendo saber o que aconteceu na biografia de cada pessoa, como foi a relação com o passado, com o pai e a mãe, para poder avaliar os impactos que isso vai ter na saúde mental de cada um.

Não é que essas coisas deixaram de ser importantes. O tema do abuso sexual não deixou de ser muito importante. Mas, para mim, foi muito difícil falar sobre saúde mental no podcast por que naquele dia, especificamente, eu estava sentindo minha saúde mental no limite, totalmente afetada por questões que extrapolam minha individualidade, a minha biografia, o “meu” cuidado com a “minha” saúde mental.

Como falar em saúde mental atualmente sem arregaçar o que está acontecendo politicamente no nosso país? É importante que cada pessoa cuide de si para fazer o melhor para o outro. Tá bom. Concordo. Mas dentro de um contexto de tantas mortes, tantas violências, tanto descaso, de tantas desigualdades, fica difícil sustentar esse discurso sem angústia.

Sem contar que, por conta dessas mesmas desigualdades, parece bem hipócrita, e porque não dizer perverso, sustentar um discurso de cuidados com a saúde mental quando sabemos que o acesso aos espaços de cuidados de saúde mental não está disponível igualmente para todas as pessoas independente de qual grupo social ela pertença.  

E novamente vou frisar que minha angústia não era por mim individualmente. Neste momento posso reconhecer tantos lugares de privilégios que tive ao longo da minha biografia e que me permitiram estar numa situação muito menos vulnerável a tudo que está acontecendo no nosso país. Sou um homem hétero, cis, não sou negro, com um curso superior, trabalhando como autônomo sem sair de casa como psicoterapeuta. Falar de saúde mental dentro desse contexto é muito diferente do que tantas outras experiências que a maior parte das pessoas do nosso país vivem.

Então, se não tivermos cuidado os nossos discursos e movimentação nas redes sociais, mesmo que bem-intencionados, podem ser bem alienantes ao falaram de saúde mental de um lugar acrítico, atemporal, sem classe social, raça, gênero, etc.

Voltando ao tema do projeto: Não dá para discutir o abuso sexual, sem entender que essa violência acontece dentro de um contexto sócio-cultural machista, patriarcal, de impunidade para uma boa parte dos autores. Um movimento de culpabilização da vítima; um movimento retrógrado e conservador que não acha importante falar sobre educação sexual nas escolas; um discurso que diz que a família que tem que proteger as crianças, quando já tem escancarado que a maior parte das violências contra crianças e adolescentes acontecem dentro do seio familiar. Ao escutar uma pessoa abusada sexualmente eu escuto a dor dela enquanto indivíduo, mas escuto toda uma estrutura pesada e opressora que serve de propulsor dessas e de tantas outras violências.

Não vou dizer para vocês que não concordo com a campanha, tanto que gravamos o podcast mesmo assim. Mas redirecionamos o tema para falar de como é difícil ser um cuidador da saúde mental nesse momento quando estamos sendo atravessados por todas estas questões políticas e sociais. Acho que precisamos sim falar de saúde mental. Acho que o janeiro branco pode ajudar em muitos aspectos por ser um momento social onde se promove muitas reflexões. Só sinto que precisamos ter um fôlego maior para nos problematizar enquanto sociedade num sentido mais macro mesmo.

Precisamos fazer isso para entender que o adoecimento das pessoas acontece dentro de um tecido social do qual fazemos parte e que se não o problematizarmos estamos querendo fazer parte da solução por um lado, mas também somos bem parte do problema por outro.

Machismo em forma de "romance"

 



#voceescutaoquecanta?

Começo atirando no próprio pé! Estarei trazendo muitos sambas porque é o gênero musical que mais conheço e escuto e que tem muitas coisas boas e outras nem tantas assim. Essa já foi uma música que cantei muito e que foi feita por dois artistas que muito admiro que é o Luiz Carlos da Vila e o Cléber Augusto.

Vamos lá!

Romance dos astros (Luiz Carlos da Vila, Cléber Augusto e Jorge Carioca)

Sonhei que um dia
O astro rei à Terra descia
Secava as águas do mar e não mais anoitecia
Só voltava a chover, a noite e as estrelas
Se a lua fosse a sua companheira

Irredutivelmente ela dizia não
E Saturno em vão lhe ofereceu anéis
Ela nem ligava para a estrela D'alva
E nem ouvia a súplica dos menestréis

E o sol ficava mais e mais abrasador
Cego de amor, aí eu me queimei
No auge da trama eu caí da cama
O galo cantou, feliz eu acordei

.

Ao cantar essa música recentemente senti um certo incômodo. Comecei a tirar os astros da música, passando a identificar pessoas se relacionando e não pude deixar de acreditar que a trama cantada se passava entre um homem e uma mulher. Já recebi mulheres no meu consultório que falavam de situações que a música retratava, de uma certa forma.

O que me intriga na construção da música é que para mim a figura do sol exerce uma relação totalmente abusiva em relação à lua e isso é romantizado. Já escuto o que algumas pessoas podem falar: “ah, deixa de ser chato! Isso foi só a inspiração do compositor. Não tem nada a ver com a realidade!”

Entendo que se possa falar isso, mas ao mesmo tempo é estranho imaginar que não exista uma personificação desses personagens da trama baseado em alguma realidade nossa. Ainda mais quando sabemos que dentro da nossa estrutura social machista, muitos homens se comportam exatamente igual a esse sol. Exatamente sentindo-se como um “astro-rei”, quase o centro do universo, onde não sabem receber um não, principalmente das mulheres. Homens que se sentem detentores dos corpos, das escolhas, dos destinos das mulheres. Sejam elas suas companheiras ou não. Que não aceitam um término de uma relação e passam a violentar as mulheres de várias formas diferentes, podendo chegar inclusive ao assassinato.

Aí paro um pouco de escrever e jogo no google algumas palavras para fazer uma busca: “Homens não aceitam final do relacionamento” e a palavra “machismo”. O terceiro link que aparece é de 24.10.2018 e fala de uma pesquisa que estava em andamento, descrevendo que cerca de 50% dos casos de feminicídios acontecidos entre o ano de 2015 e 2018 era porque os homens não aceitavam o pedido de separação da vítima.

https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2018/10/24/metade-fe0minicidios-homem-nao-aceita-separacao.htm

Será que realmente não existe algo grave sendo cantado?

Um dos pontos que eu acho interessante na narrativa do sonho é como se faz um apelo bem explícito de se culpabilizar a vítima porque “irredutivelmente dizia não”. Com direito a manipulações e chantagens emocionais que podem ser vistas no cotidiano das relações entre casais. Imaginem, por exemplo, como deve ser difícil culpar uma mulher que está numa situação abusiva com o seu companheiro e pedir para ela não se separar pensando no bem da família, caso eles tenham filhos? A mulher tem que pensar na estrela Dalva, aceitar ser comprada por saturno ou ouvir a súplica dos menestréis.

E o sol? Não é problematizado, afinal de contas ela estava cego de amor. Não tinha nada a fazer a não ser destruir um bocado de coisas para ter o seu desejo atendido...

Isso e tantas outras coisas podiam ser pensadas.

É importante frisar que, a partir do que eu escrevo, eu não acho que os compositores da música concordam com este tipo de prática, que eles acham certo esse tipo de postura na sociedade. Vejo a letra muito mais como um sinal, um indicativo, uma pequena amostra de uma cultura, de um tempo, onde determinados comportamentos eram e ainda são tão naturalizados que inclusive viram músicas que muitas pessoas cantam sem nem se aperceberem que podem estar reforçando práticas de opressões e violências.

Porém, por mais que eu não possa falar sobre qual é o lugar de quem compôs a letra, acho importante poder analisar essas músicas a partir de uma reflexão mais atual sobre essas relações de poder e ir desconstruindo estruturas que continuam sustentando e, talvez, até produzindo novas subjetividades que ainda estão ligadas a estes valores tóxicos para a sociedade como um todo.  

Em tempos de pandemia, não faço a mínima ideia de quando poderei participar novamente de uma roda de samba ou de algum show em que essa música possa ser tocada. Mas me fantasiei estando nessa situação e gritando ao final dela: Não é não!

Talvez ninguém entendesse...


#21| Podcast Revelando-Ser| "Janeiro Branco: Cuidando da saúde mental de quem cuida"


Para escutar o episódio, clica aqui:
#21| Janeiro Branco: Cuidando da saúde mental de quem cuida

Nosso primeiro episódio do ano!

Inspirados pela campanha Janeiro Branco, decidimos conversar sobre cuidados com a saúde mental. 

Porém, diante de um tema tão amplo, resolvemos falar mais especificamente sobre a importância dos cuidadores da saúde mental também estarem se cuidando nesse momento difícil em que estamos vivendo. Falamos sobre como, mesmo com a formação e experiência que temos no cuidado com as outras pessoas,  também somos impactados por várias questões que estão acontecendo atualmente na nossa sociedade.

Estar no lugar de cuidador muitas vezes é muito desafiante. Ainda mais quando se trata da temática do projeto, ou durante este tempo de pandemia, ou ainda diante de tudo que tem acontecido neste momento político que estamos atravessando.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org , pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica:

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Gravação e edição: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 15/01/2021

#20| Podcast Revelando-Ser| "Revelando-Ser: Um olhar centrado na pessoa"



 

Para escutar o episódio, clica aqui: #20| Revelando-Ser: Um olhar centrado na pessoa

Hoje trazemos o último episódio do ano de 2020!

Este episódio foi gravado antes do Natal do ano passado, mas, devido ao recesso dos profissionais do Projeto, só pudemos publica-lo gora. Estamos muito felizes com a realização e manutenção do nosso podcast ao longo desse ano. Apesar de todas as dificuldades que o ano de 2020 trouxe em vários níveis, realizar o podcast foi uma ação muito significativa para nós do projeto e que muito tem nos motivado.

E, para finalizar o nosso ano, trouxemos um assunto que sempre está em todos os episódios anteriores, que guia a nossa atuação profissional, mas que nunca falamos de maneira mais direta aqui no podcast: A Abordagem Centrada na Pessoa - ACP.

No episódio de hoje convidamos você a conhecer um pouco mais dessa teoria que tanto serve de base para realizarmos o Projeto Revelando-Ser, como também se caracteriza como uma filosofia de vida que buscamos vivenciar na nossa vida pessoal. Ressaltamos ainda que não se trata de um conhecimento que só pode contribuir para quem é da área psi. A ACP pode ajudar qualquer pessoa a pensar em como se relaciona consigo mesma e com o mundo.

Esperamos que possamos estar ainda mais próximos nesse ano de 2021, buscando, juntos, contribuir ainda mais para a desconstrução do Muro do Silêncio em torno das pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org , pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica:

Vozes: Guilherme Assunção, Luana Melo e Quezia Cordeiro

Gravação e edição: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 19/12/2020

#19| Podcast Revelando-Ser| "Festas de fim de ano: Tudo bem não estar bem..."



Para escutar o episódio, clica aqui: #19| Festas de fim de ano: Tudo bem não estar bem... 

No episódio de hoje tivemos a entrada de mais uma integrante do Projeto Revelando-Ser. Nossa assistente social, Luana Melo. Seja bem-vinda, Lua!

Hoje conversarmos sobre este momento que se aproxima: as festas do final de ano.

Refletimos sobre o quanto pode ser difícil para as pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência participarem desse momento onde existe um grande apelo social para a celebração, confraternização, felicidade, agradecimento, star com a família, etc.

Muitas pessoas que carregam dores profundas, inclusive tendo algumas delas origem na própria família, talvez não consigam se encaixar tão facilmente nesse clima que é gerado socialmente.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org , pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica:

Vozes: Guilherme Assunção, Luana Melo e Quezia Cordeiro

Gravação e edição: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 10/12/2020

#18| Podcast Revelando-Ser| "CERCCA - Um espaço de escuta e cuidado para as crianças, adolescentes e suas famílias em Recife"

 


Para escutar o episódio, clica aqui: #18| CERCCA: Um espaço de escuta e cuidado para as crianças, adolescentes e suas famílias em Recife

Nos dois últimos episódios fizemos uma fala que não era somente direcionada às pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência. Buscamos incluir na nossa reflexão as pessoas que têm algum vínculo afetivo, de proximidade e de convivência com as pessoas adultas que foram vítimas.

Posteriormente pensamos: e as pessoas que convivem com crianças e adolescentes? 

Pensamos em conversar também sobre como  é difícil lidar com a situação do abuso sexual quando ele está acontecendo, no momento presente, com alguma criança que você conheça ou que está sob sua responsabilidade.

Apesar do foco do nosso trabalho ser com pessoas adultas, sentimos que é imprescindível refletirmos sobre o universo infantil onde aconteceram as situações dos abusos sexuais.

E para nos trazer essa aproximação com esse universo convidamos novamente o psicólogo João Villacorta, que trabalha há 13 anos no CERCCA - Centro de Referência para o Cuidado de Crianças, Adolescentes e suas famílias em situação de violência.

A partir da sua experiência, João nos convida, de maneira muito sensível e cuidadosa, a refletir sobre alguns pontos importantes do trabalho com as crianças e os adolescentes, bem como com as suas famílias.

Foi muito bom saber que na nossa cidade tem um trabalho do como o do CERCCA e demais instituições parceiras que tecem essa rede de proteção e cuidados.  

Esperamos que esse episódio possa ajudar às pessoas que convivem com crianças e adolescentes que estão passando por uma situação de abuso sexual a procurarem conhecer um pouco mais dessa rede de proteção, que possam saber que não estão sozinhas e isoladas para lidar com esta situação tão delicada e confusa.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org , pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

O CERCCA fica na Policlínica Lessa de Andrade, no bairro da Madalena, na cidade do Recife. Telefone: 3355-7802. Email: cerccasaude@gmail.com

Ficha Técnica:

Vozes: Guilherme Assunção, João Villacorta e Quezia Cordeiro

Gravação e edição: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 24/11/2020

# 17| Podcast Revelando-Ser| "REVELANDO FILMES: Bliss - Terapia do Prazer (1997)"


Para escutar o episódio, clica aqui: #17| REVELANDO FILMES: Bliss - Terapiar do Prazer (1997)

ALERTA DE SPOILER!

Os filmes que tocam na temática do Revelando-Ser têm sido um instrumento muito facilitador para que possamos compreender um pouco mais sobre toda a complexidade, nuances, desafios e possibilidades dentro do trabalho com as pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência.

Neste terceiro episódio do REVELANDO FILMES conversamos sobre o Bliss - Terapia do Prazer (1997).

Escolhemos esse filme para dar continuidade a nossa fala do episódio anterior, onde conversamos sobre os desafios que as pessoas próximas das vítimas de abuso sexuais também passam quando querem ajudar a minimizar o sofrimento causado pelo abuso sexual.

Abaixo a sinopse:

O recém-casado Joseph (Craig Sheffer) ama imensamente Maria (Sheryl Lee), sua mulher, mas fica chocado quando em uma sessão conjunta de terapia ela confessa que sempre fingiu os orgasmos. Ele fica mais transtornado ainda ao descobrir acidentalmente que ela freqüenta a clínica de um médico, Baltazar Vincenza (Terence Stamp), que tem sexo com as pacientes como parte da terapia. Ele procura o consultório do terapeuta e o ameaça, dizendo para ele ficar longe de Maria, mas logo muda de comportamento e pede que Baltazar o oriente a ajudar Maria. O que ninguém sabe é que ela esconde um traumático segredo. (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-4233/)

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 13/11/2020

#16| Podcast Revelando-Ser| "O abuso sexual é uma ferida que também dói nas pessoas próximas das vítimas"



Para escutar o episódio, clica aqui: #16| O abuso sexual é uma ferida que também dói nas pessoas próximas das vítimas

"Eu sei que uma pessoa adulta muito próxima a mim foi abusada sexualmente na infância e adolescência e sofre bastante essa situação. Eu gostaria muito de poder ajudar, mas eu não sei o que fazer! Não sei o que dizer! Não compreendo muito bem aquela dor que ela sente. Como me comportar para ajudar essa pessoa?"

Esse é o tema do nosso episódio de hoje. Temos recebido contato de pessoas que estão passando por esses dilemas e a nossa fala vai nessa direção.  Devido ao fato do abuso sexual ser uma situação delicada e complexa, não temos respostas prontas para dar. Mas acreditamos que nossas reflexões podem ajudar à muitas pessoas a se aproximarem da temática e compreenderem melhor a dor do outro e, consequentemente, agirem de forma mais cuidadosa diante de uma pessoa próxima que foi abusada sexualmente. 

Esperamos que esse episódio possa chegar a várias pessoas para continuarmos com nossa missão de desconstruir o muro do silêncio existente em volta das pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência. 

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 29/10/2020

#15| Podcast Revelando-Ser| "As várias facetas do muro do muro do silêncio podem ser piores do que o abuso 'em si'"

Para escutar o episódio clica aqui: #15| As várias facetas do muro do silêncio podem ser piores do que o abuso "em si" 

Neste episódio retomamos a importância de se refletir sobre o contexto em que o abuso sexual acontece.

Colocamos as aspas no "em si" porque quando falamos de abuso sexual, muitas pessoas podem se preocupar apenas com as interações e experiências que a criança ou adolescente podem ter vivido e que tenham algum conteúdo sexual. Porém, ao trabalharmos com tantas pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência, percebemos o quão é importante também pensarmos sobre questões que não dizem respeito à interação sexual abusiva propriamente, mas que são profundamente significativas para se compreender as marcas danosas que aquela experiência trouxe para as vítimas. 

Chamamos a atenção para o fato de que o cuidado com as crianças e adolescentes não seja somente o de não deixar que elas sejam abusadas sexualmente. Esse cuidado é, de fato, muito importante. Porém, também é importante reconhecermos que, a depender do que se faça quando um abuso é identificado, essa experiência pode minimizar ou ampliar a dor vivenciada pelas crianças e adolescentes. 

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 16/10/2020

 

 

#14| Podcast Revelando-Ser| "REVELANDO FILMES: Jogo Perigoso (2017)"





Para escutar o episódio, clica aqui: #14| REVELANDO FILMES: Jogo Perigoso (2017)

ALERTA DE SPOILER!

Os filmes que tocam na temática do Revelando-Ser têm sido um instrumento muito facilitador para que possamos compreender um pouco mais sobre toda a complexidade, nuances, desafios e possibilidades dentro do trabalho com as pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência.

Neste episódio segundo REVELANDO FILMES conversamos sobre o filme Jogo Perigoso (2017), que está disponível no site da Netflix.

Apesar de ser um filme de suspense e isso trazer dificuldades para algumas pessoas, escolhemos esse filme por sentir que ele retrata, de maneira concreta e metafórica, muitos dos desafios que as pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência passam.

Abaixo a sinopse:

Jessie (Carla Gugino) e Gerald (Bruce Greenwood) formam um casal em crise. Para salvar o casamento, eles decidem viajar a uma casa isolada, na intenção de passar um fim de semana romântico. O marido leva algemas e decide prender a esposa a cama. Ela hesita a participar do jogo erótico, mas aceita. No entanto, uma vez presa, o marido sofre um ataque cardíaco e morre. Presa à cama, sem ter a quem pedir socorro, Jessie luta pela sobrevivência enquanto se recorda de traumas na infância. (http://www.adorocinema.com/filmes/filme-228998/)

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 02/10/2020

#13| Podcast Revelando- Ser| "Abuso sexual: Complexidades do muro do silêncio"

 


Para escutar o episódio, clica #13| Abuso sexual: Complexidades do muro do silêncio

Canção para a menina maltratada (Celso Gutfreind)

Não, não será com métrica
nem com rima.
Uma coisa sem nome violentou uma menina.
Ação barata
sem a prata do pensamento
o ouro do sentimento
o dia da empatia. Noite.
Uma coisa. Não era o lobo
nem o ogre nem a bruxa.
Era a fúria do real
sem o carinho do símbolo.
Stop, a poesia parou.
Ou foi a humanidade?      

                                                      

Stop nada, a menina sente e segue                           
com métrica, rima, graça, vida.
Onde está tua vitória, ignomínia?
Uma prosa continua
poética como era
saltitante o bastante
para não perder a poesia.
A coisa (homem?) é punida como um lobo
no conto de verdade. E imprime-se um nome
na ignomínia.
A menina liberta expressa
ri e chora, volta a ser
qualquer (única) menina.
Pronta para a métrica
pronta para a rima
pronta para a vida
(canto de cicatriz),
pronta para o amor a dois,
à espera, suave, escolhido.

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Neste episódio conversamos sobre a situação da criança que engravidou depois de ser abusada sexualmente pelo seu tio durante 04 anos. Esse caso teve uma grande repercussão nas redes sociais no mês passado e achamos que poderíamos contribuir com uma reflexão acerca de alguns aspectos que sentimos que são relevantes.

Acreditamos que o que aconteceu com essa criança, infelizmente, ao mesmo tempo em que escancara feridas profundas, duras e necessárias de serem olhadas por toda a sociedade, também esconde outras facetas que também precisam ser evidenciadas para termos um olhar mais completo acerca desse assunto tão importante.

Sentimos que, enquanto sociedade, precisamos dialogar muito ainda sobre o tema do abuso sexual, para que possamos construir uma cultura que ajude na desconstrução do muro do silêncio, ao invés de reforça-lo ainda mais.

Por fim, desejamos sinceramente que a criança que passou por tudo isso tenha o apoio e o cuidado necessário para re-significar todas essas experiências, não precisando ficar aprisionada ou refém dessa situação, como tantas pessoas adultas que estamos atendendo no Revelando-Ser. 

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 14/09/2020

#12| Podcast Revelando-Ser| "Revelando-Ser: Novos caminhos possíveis"

 


Para escutar o episódio, clica aqui - #12| Revelando-Ser: Novos caminhos possíveis

"O abuso sexual não precisa ser a capa do livro da vida de ninguém" (João Villacorta)

Esse episódio é bem especial. 

Estivemos falando, nos dois últimos episódios, sobre como sentimos o processo terapêutico com as pessoas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência . No episódio de hoje finalizamos essa fala, trazendo o quanto é real, concreto e possível uma mudança na vida das pessoas que passaram por essa situação. Não se trata de vender uma promessa rápida, indolor e sem esforço. Mas que, passando pelo contato com tantas coisas profundas e, por vezes, dolorosas, existe a possibilidade de se viver uma vida que faça bem mais sentido para a própria pessoa.

Para nós, que trabalhamos com essa temática há alguns anos, é muito significativo poder acompanhar e vivenciar o desabrochar de novas possibilidades  dentro da vida de pessoas que, muitas vezes, não acreditavam que seria possível mudar.

Esse episódio fecha um primeiro ciclo do nosso podcast, onde estávamos apresentando o projeto. Sentimos que, agora que já nos apresentamos, podemos olhar com mais tempo e profundidade para pontos que já falamos ou trazer novos elementos de maneira mais detalhada. 

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 04/09/2020

Poema “Canção para a menina maltratada”: Celso Gutfreind

Música “Piano de Chuva”: Marcelo Sena


#11| Podcast Revelando-Ser| "Re-Velando-Se: Voltando a cuidar de si"




Para escutar o episódio, clica aqui - #11| Re-Velando-Se: Voltando a cuidar de si 

Este episódio continua a fala do episódio anterior, onde continuamos conversando sobre como enxergamos o trabalho terapêutico com as pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência a partir do nome do projeto.

Neste segundo momento enfatizamos a importância da pessoa adulta "mergulhar" nas vivências da sua criança ou adolescente que vivenciou o abuso sexual. Entendemos que não é uma mera volta ao passado para ficar sentindo as dores, mas que se trata de cuidar das emoções que foram sentidas nesse processo e que, muitas vezes, foram deixadas de lado ao longo da história da pessoa.

Reconhecer esse passado, que ainda se faz presente em muitos momentos da vida da pessoa adulta, é um passo importante para se encontrar novas possibilidades de existência.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 17/08/2020

#10| Podcast Revelando-Ser| "Revelando-Se: O início do processo de mudança"



Para escutar o episódio, clica aqui - #10| Revelando-se: O início do processo de mudança

Ao longo dos episódios anteriores conversamos sobre temas relevantes para se compreender a situação das pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência. Sentimos que, mesmo sendo de maneira resumida, abordamos aspectos que mostram o quanto é complexo e, por vezes, sofrido lidar com toda a densidade que esta temática evoca.

Neste episódio estaremos começando uma fala que aponta para além da densidade, para como enxergamos o trabalho terapêutico que pode ser realizado com estas pessoas que foram abusadas. Resgatamos o significado da flor-de-lótus da nossa logomarca, trazendo o quanto, apesar de toda a lama, é possível ver brotar luz, beleza dessa densidade. Não se trata de romantizar ou negar o sofrimento, mas, sim, de demonstrar que, passando por um processo mais profundo de re-significação, as pessoas podem encontrar uma nova forma de ver e viver as suas histórias e as suas vidas. 

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 07/08/2020

#09| Podcast Revelando-Ser| "REVELANDO FILMES: Inocência Roubada (2018)"



Para escutar o episódio, clica aqui: #09| REVELANDO FILMES: Inocência Roubada (2018)

ALERTA DE SPOILER!

Os filmes que tocam na temática do Revelando-Ser têm sido um instrumento muito facilitador para que possamos compreender um pouco mais sobre toda a complexidade, nuances, desafios e possibilidades dentro do trabalho com as pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência. 

Neste episódio estaremos iniciando esse movimento de trazer alguns filmes que contribuam com as nossas reflexões.

Começamos com o filme Inocência Roubada (2018). Escolhemos esse filme por ele trazer inúmeros elementos que já falamos nos episódios anteriores de maneira bem didática. 

Abaixo a sinopse:

No auge da carreira, em seus trinta e poucos anos, Odette Le Nadant é uma jovem mulher focada em sua carreira de dançarina. Com personalidade forte e muito determinada, ela chega mais um dia para uma sessão com sua terapeuta e, pela primeira vez, ela revela à profissional ter sofrido abuso durante sua infância. A revelação é o ponto de partida para uma jornada de altos e baixos para a moça, enquanto sua vida segue adiante e Odette lida com isso de frente pela primeira vez - um amigo próximo de seus pais fazia visitas frequentes à família e a relação entre o homem e a menina parecia inocente.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Texto citado no episódio: Tempo, profundidade e delicadeza

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 20/07/2020

#08| Podcast Revelando-Ser| "Consequências do abuso sexual - PARTE 03"



Para ouvir o episódio, clica aqui: #08| Consequências do abuso sexual - Parte 03

Falar sobre as consequências de um abuso sexual na vida das pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência evoca muitas imagens, relatos de vida, sofrimentos, superações, contradições, etc.

Neste episódio estaremos finalizando essa fala sobre as consequências do abuso sexual na pessoa adulta, trazendo possibilidades de desdobramentos do abuso sexual nos relacionamentos afetivos e sexuais das pessoas adultas. Sugerimos que, para se ter uma melhor compreensão desse episódio, escutar as duas partes que gravamos anteriormente.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 06/07/2020

#07| Podcast Revelando-Ser| "Consequências do abuso sexual - PARTE 02"

 


Para ouvir o episódio, clica aqui: #07|Consequências do abuso sexual- PARTE 02

Falar sobre as consequências de um abuso sexual na vida das pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência evoca muitas imagens, relatos de vida, sofrimentos, superações, contradições, etc.

Neste episódio continuaremos conversando sobre as consequências do abuso sexual na pessoa adulta, trazendo um pouco mais de possíveis consequências também dentro da esfera familiar.

Sugerimos que, para se ter uma melhor compreensão desse episódio, você possa escutar a primeira parte que gravamos no episódio anterior.

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 22/06/2020


domingo, 24 de janeiro de 2021

#06| Podcast Revelando-Ser| "Consequências do abuso sexual - PARTE 01"


Para ouvir o episódio, clica aqui: #06| Consequências do abuso sexual - PARTE 01

Falar sobre as consequências de um abuso sexual na vida das pessoas adultas que foram abusadas sexualmente na infância e adolescência evoca muitas imagens, relatos de vida, sofrimentos, superações, contradições, etc.

Neste episódio conversamos sobre as consequências do abuso sexual na pessoa adulta, enfocando mais às questões individuais, o que possivelmente, uma pessoa que foi abusada sexualmente vive na relação consigo mesma. 

Para conhecer mais sobre o projeto, visite o site revelandoser.org, pelo Instagram @revelando_ser ou pelo e-mail revelandoser@gmail.com

Ficha Técnica

Vozes: Guilherme Assunção e Quezia Cordeiro

Edição e Vinheta: Marcelo Sena

Realização: Projeto Revelando-Ser

Gravado no dia: 15/06/2020