sábado, 9 de junho de 2018

(OM) Por falar em se ver no Espelho

O Mundo aos Olhos de um Misantropo
.
27.07.2012
.

Direto no ponto e sem muito arrodeio...rs
Penso que o processo de exclusão social propaga-se e mantém-se de formas tão sutis que nem sempre é tão fácil perceber. Sempre gosto de me pegar surpreso com coisas que não tinha pensado antes. Gosto também de me colocar em cheque a partir das reflexões que tenho e que muitas vezes parecem estar direcionadas somente para “os outros”. Tenho discutido diferenças de classes sociais e pensando sobre como contribuímos para exclusões, opressões, ou coisas do tipo. Eis que “dou de cara” com o “veículo” que estou utilizando para reforçar e socializar esta crítica, a saber, o blog em que vos escrevo.
Percebi que, de maneira não totalmente consciente, criei um espaço que, pelo menos para mim, ressalta uma diferença que existe para classes sociais diferentes. Quando penso na linguagem que utilizo e na forma meio “largada” de escrever, acho que não deve ser muito facilitador para que todas as pessoas compreendam o que eu quero passar com as coisas que escrevo. Então, me sinto meio estranho em estar abordando as coisas que quero questionar e ao mesmo tempo utilizar deste recurso desta forma. Fico pensando que muitas pessoas da comunidade em que trabalho não conseguiriam acompanhar as postagens. Isso me remete a tantas coisas, tantos processos de exclusão, os quais não possibilitam o mesmo acesso ao capital cultural “disponível” na sociedade. Logicamente, também acredito que o simples fato de se ter uma melhor condição social não garante uma maior reflexão sobre a vida ou compreender certas coisas. Tenho contato com pessoas que me mostram este fato com muita clareza.
Enfim, me parece meio contraditório estar questionando classes – por vezes de maneira até mais ácida do que eu acho proveitoso – utilizando um recurso que talvez não seja acessível para todos. Porém, coloquei no início que “de maneira não totalmente consciente” fiz essa escolha. Coloco que assim foi feito porque parece que, neste espaço, estou querendo dirigir as problematizações para a classe média e alta mesmo. Este blog foi pensado a partir das coisas que têm me inquietado e parte significativa delas tem a ver com discussões que eu gostaria de ter com pessoas do meu convívio pessoal mesmo. Fica para um outro post algo que se inspire em Paulo Freire e fale de uma “Pedagogia do Opressor”.
Não tenho a pretensão de tentar ser um homem fora do meu tempo, imune ao que critico ou sem influências do contexto sócio-cultural onde estou no momento. Porém, acredito também que vale muitíssimo a pena poder olhar para o próprio umbigo, perceber como se movimenta na vida e poder optar se é desta forma que se pretende continuar, para si e para o mundo.
Para o presente momento e para o blog, vou continuar escrevendo tal como tenho feito. Não quero me preocupar neste momento com a minha escrita. Quero só ver o que vai estar saindo e depois pensar sobre o que quero fazer com isso. Só senti vontade de me tomar como exemplo para apontar contradições que também perpassam os “pequenos” atos, inclusive de pessoas que “tão bem intencionadas” só pensam em ajudar!
Vamos questionar o mundo, questionando-nos em primeiro lugar?!
Estão vendo que consegui não me estender???!!! Só uma página de Word...rs
Acho que foi para o pessoal não desistir de ler as minhas viagens....rs

Nenhum comentário:

Postar um comentário